terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A ajuda do meu filho (11/10/2018)

Meu filho tem me ajudado muito desde novembro de 2017, quando fui encontrado desmaiado no meu apto. Ele e minha irmã me socorreram. Fui levado para o Hospital Miguel Couto, e após uma tomografia foi feita uma cirurgia para retirada de um coágulo no cérebro.

A partir de dezembro de 2017  ele passou a pagar as minhas despesas (Nós temos uma conta conjunta). Ele assumiu a responsabilidade por mim na casa de repouso que fui morar no Rio Comprido. Nos comunicamos via WhatsApp e ele tem sido muito atuante.

Sou muito grato a ele.

Meu filho nasceu em 1989. Já está formado e trabalha numa ótima empresa.

Me orgulho muito dele.

Percebo que aos poucos estamos nos conhecendo. Sou divorciado e convivemos pouco.

Fico feliz ao constatar que ele se esforçou, estudou o 1o e 2o graus, cursou uma faculdade pública e está trabalhando.

Ele me ajudou muito na época que morei em Copacabana e continua ajudando até hoje.

Fico feliz em poder contar com a ajuda dele. Morávamos em municípios diferentes e a distância atrapalhava um pouco.

Nos vimos em (18/8/17). Foi muito bom constatar que ele cresceu, amadureceu. Conversamos alguns minutos, (ele estava em horário de trabalho).

Fiquei feliz por perceber que nosso investimento (meu e da mãe dele) germinou, cresceu e está caminhando com as próprias pernas.

No passado um poeta disse que os pais são o arco e os filhos são as flechas enviadas pelos pais.
Acho que a nossa fecha vai muito longe, e direto para o alvo !

Agora acredito que os pais são a plataforma de lançamento e os filhos são a nave, que é lançada e o(s) piloto(s) decide(m) para onde quer(em) ir.

Amadureci muito após o nascimento do meu filho. 



A Vida tem me ensinado muito.

Sou grato a Deus e ao que restou da minha família.



Compartilhando a minha experiência no meu tratamento

As Rodas de Conversa permitem que eu compartilhe a minha experiência de tratamento do transtorno bipolar de humor desde março de 2002.

Comecei a frequentar as rodas de conversa em novembro de 2016. Comecei a dar depoimento em janeiro de 2017.

Me sinto útil em participar da vida de profissionais da área de saúde. A maioria das rodas são para acadẽmicos de 3° período até 11°período (dependendo do curso).

Procuro passar minha experiência de forma sucinta, assertiva e objetiva.

Também fazemos rodas de conversa para profissionais formados.

Percebo que quanto mais idoso o público mais gratos eles são.

Aprendo muito com meus colegas. Com suas dificuldades, suas superações, suas dicas, seus relatos.

Fico feliz em participar destas rodas. É uma troca. É um jogo em que todos ganham.

Surgem pontos para reflexão e aos poucos vou me aprimorando, crescendo e aprendendo itens para aplicar na minha vida diária.

É uma oportunidade para conhecer várias pessoas, de vários lugares.

Nas últimas rodas de conversa foram abordados temas como: Reinserção social, Sexualidade e medicação, Crise, Preconceito e medo, Violência e agressividade, A sociedade contribui para o surgimento do transtorno ?, Apoio da família ou de fora, qual é o maior ?, Sonhos a realizar, Renda, trabalho e lazer, Ouvir vozes, Grau de estudo e quando descobriu o transtorno ?

Existem outros temas que não foram abordados aqui.

A cada Roda eu aprendo. 

Não inventei a roda, mas procuro crescer, melhorar a cada Roda.

Estou conseguindo.

Balanço do Ano de 2018

2018 foi um ano de recuperação. Devido ao coágulo no cérebro em novembro de 2017. Eu morei numa clínica de repouso todo o ano de 2018.

Me tratei com um neurologista que me deu um roteiro de tarefas a serem cumpridas. Aos poucos fui conquistando a minha autonomia. Ao final do ano eu estava habilitado a usar o transporte público, 4 X por semana e até 10 horas 2 X por semana.

Também retomei a terapia na Dpa (Divisão de Psicologia Aplicada da Ufrj). 

Voltei a frequentar as oficinas do Hospital Dia (Musicoterapia, Acompanhamento do grupo, ...). 

Dei continuidade à Voz dos Usuários (reuniões, rodas de conversa internas e externas).

Em 2019 devo voltar a morar sozinho e prosseguir  a participação do projeto Casulo. E nas atividades citadas anteriormente.

Desejo a todos um ótimo e Feliz Natal e um Novo Ano com muita saúde, com muitos projetos realizados.

As transformações - O casulo

A lagarta tece o casulo que vai protegê-la até ela se transformar em borboleta. (É uma proteção externa).

Para mim existem casulos externos (o local que moro, o Hospital Dia, a Voz dos Usuários, a Dpa, O cipe antigo, o projeto Casulo, ...). Estes são casulos geograficamente físicos.

Eles existem e eu participo simultaneamente deles

Também sou um casulo ambulante, me modificando a cada dia.

Tenho trabalhado a minha (paciência, capacidade (de ouvir, de calar, de observar, de relevar, de participar), resiliência, tolerância, ...).

Viso me tornar um ser humano mais (sábio, maduro, flexível, compreensivo). Enfim um ser humano melhor.

Em oposição ao casulo da lagarta (que ocorre dentro de um tempo específico). O meu processo de mudanças / transformações é para toda vida. Tenho procurado aproveitar as oportunidades que a vida tem me dado.

Acredito que estou me tornando um ser humano melhor.

Nos dias do projeto "Casulo" são feitas algumas posturas de Yoga, também trabalhamos com  a emissão e percepção de sons, e sempre temos por volta de 10 minutos para escrevermos sobre um tema proposto.

Coincidência ou não tenho dormido  melhor nestas noites.

Estou gostando muito de participar deste projeto.

terça-feira, 28 de março de 2017

Filme "Um estranho no ninho"

Lançado em 28/05/1978.

Randle Patrick Mc Murphy (Jack Nicholson), um prisioneiro que simula estar insano para não trabalhar vai para uma instituição para doentes mentais.

A equipe intimida/amedronta/manipula os pacientes com: jogos psicológicos, eletro-choque, e lobotomia.

A enfermeira chefe, Ratched (Louise Fletcher), através de tortura psicológica, induz um paciente ao suicídio.

O "Chefe" é um índio muito alto, muito forte, que se fazia de surdo. Era muito inteligente. 

Ao perceber que Randle tinha sofrido uma lobotomia e não conseguia perceber/interpretar a realidade externa. O "Chefe" o asfixia até a morte, arranca um bebedouro do chão, jogá-o contra a janela e foge da clínica.

Após o "tratamento", os pacientes ficavam dóceis. Eram incentivados a se anular, a não questionar, a não pensar, a não ter vontade própria, a não incomodar.

Os pacientes tinham pavor da equipe de "cuidadores".

Os pacientes eram tratados como seres inferiores.

Não vi oficinas para os pacientes ocuparem o tempo de maneira produtiva e aprenderem/desenvolverem novas habilidades.

Foi um dos melhores filmes que já vi.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Apesar das Nuvens

Apesar das Nuvens

Apesar das nuvens, o sol prevalece.

Apesar das rochas, o mar envolve-as e (aos poucos) dissolve-as.

As nuvens (Yin) são os estados depressivos.

O sol (Yang) é a energia criadora da vida.

As rochas (Yang) simbolizam as dificuldades, os nossos desafios.

O mar (Yin) é: o talento, a resiliência, a flexibilidade, a superação, a vitória.

Apesar das nuvens, das rochas, dos espinhos, dos transtornos, dos desafios, das dificuldades, sei que não estou sozinho. Sei que posso contar com a ajuda dos integrantes do Hospital Dia, da estrutura da Dpa (Divisão de Psicologia Aplicada da Ufrj), do auxílio psiquiátrico do Cipe Antigo (Centro de Pesquisas do Ipub).

Sei que posso contar com a ajuda do meu filho, da minha irmã, da mãe do meu filho.

Sei também que o protagonista desta caminhada sou eu. Sei que cada passo é dado por mim, através das minhas escolhas e da minha iniciativa, do meu esforço, da minha perseverança, da minha garra, caindo, levantando (mesmo que demore um pouco) e investindo todo o meu ser nesta odisséia.

Só por hoje, o sol prevalece.

A minha jornada prossegue apesar de, para a minha doença, ainda,  não ter sido encontrada a cura.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Encontros

3/1/17 (Terça Feira) -> Hoje participei da oficina Arautos do Mundo. Foi bom ouvir os relatos dos colegas, da coordenadora, da programação que vai se desenhando aos poucos, com a contribuição de todos os participantes. Surgiram idéias, tarefas de curto prazo, uma criação coletiva onde a contribuição de cada um é valiosa.

É muito bom pertencer a um grupo.

Melhor ainda é contribuir.

O Hospital Dia tem me ajudado muito na minha batalha diária para me transformar em um ser humano melhor.

Saudações.